dezembro 22, 2010

O amanhã não chegará para o café

Aqui estou, teclando em minhas teclas de aço que ao teclá-las se parecem como sons agudos em meus ouvidos. O ar está abafado, ainda sinto que quanto mais eu respiro, mais tenho a sensação infinita de que o ar parece não bastar.
Enquanto meus dedos deslizam sobre as teclas do computador, posso senti-las não saberem o que escrever e não saberem nem ao menos como escrever. Paro, leio novamente, penso. O tempo continua a passar ligeiramente despercebido e a única coisa que quero é me deitar e acordar só daqui há alguns anos para não ter que me levantar amanhã com a certeza de que tudo estará do mesmo jeito e sem ter que fingir que amanhã tudo será diferente.
O amanhã será apenas uma sombra do que foi hoje e do que eu queria que fosse o amanhã. E por que o amanhã nunca chega? Por que tenho que fingir que ele vai chegar se sei que não vai? Todos os dias, a esperança morre a cada lágrima que atinge meu travesseiro à noite, invisível por entre o tempo, e ao mesmo tempo devagar, como se fosse um aviso de que o amanhã ainda está longe.
Não me importa o depois de amanhã, o que eu queria, é que apenas o amanhã existisse.

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