dezembro 06, 2011

Manual de como se des(apaixonar)

Dor no peito e lágrimas escorrendo pelos olhos.
Estas são apenas duas das várias consequências com quem tenta ser forte, com quem tenta se enganar diante de um problema e iludir-se em meio a devaneios sentimentais. 

Eu sabia das consequências, mas não me importei.
Parece que a única coisa na qual estava esperando era que você pudesse enxergar-me em meio a multidão, mas seus olhos cuidam os de outra pessoa que pode estar mais longe, mas será sempre única. Pensava ser forte o bastante para suportar algo tão pequeno que daqui há uns anos lembrar-me-ei com um tom de risada por ver o quão boba fui. Me mantive no anonimato por muito tempo apenas para ver se mostrarias interesse em revelar o meu íntimo, instigar, atrair, conhecer.

Então a dor ainda está aqui.
E cada vez mais forte, ela se mistura com as borboletas que não fazem o mesmo com meu estômago. Como se hipopótamos estivessem a pisotear fazendo-me parecer ainda pior. As situações e diálogos que criei, agora se parecem borrões desproporcionais fazendo-me ter dores de cabeça. A vergonha tomou conta do meu corpo, sinto-me perdida como se nada do que eu fizesse pudesse acalmar esta dor dilacerante chamada desesperança.

Sempre que a dor me faz uma visita, as palavras voam em meus pensamentos e de alguma forma isso faz com que ela desvaneça um pouco.

9 comentários:

  1. ... parece que a única coisa na qual estava esperando, era que você pudesse enxergar-me em meio a multidão, mas seus olhos cuidam os de outra pessoa, que pode estar mais longe mas será sempre única...

    Ao ler isto, foi como se eu tivesse batido violentamente em certo iceberg de 1912, de verdade. Não porque foi frio, muito ao contrário, mas porque me trouxe tantas, mas tantas lembranças... talvez isso seja um bom sinal, ou talvez não, não, não sei dizer. Tem coisas que simplesmente são mais fáceis de explicar quando não se explica. É nisso que acredito. Mas o caso é que aparentemente toda pessoa já passou ou irá passar por uma situação tão intensa como a que você descreveu aí em cima. E eu não sei dizer se isso é bom ou ruim porque chega a ser um momento super ambíguo. Por um lado você se desespera e fica frágil e sem qualquer vestígio sequer de esperança... mas por outro você amadurece e vê a vida com outros olhos. Claro que as marcas ficam, é, sim, acontece o tempo todo, deve estar acontecendo agora. Mas tem que aprender a superar ou ao menos conviver e parar de lamentar, aprender com o que passou e não cometer o deslize de fazer a mesma coisa mais de uma vez, mesmo que seja na tal coisa chamada "segunda chance".

    Mas o caso é que seu texto me deixou sem palavras de tão... não sei o adjetivo, mas é algo intenso. Sim, isso, intenso. Suas palavras foram intensas. Fizeram-me navegar em cada palavra, me perder, voltar e achar a saída até o final. E isso é algo simplesmente delicioso. Como escreves de leve e ao mesmo tempo intensa... que dádiva maravilhosa que o mundo nos concedeu, não é mesmo ?

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  2. Mariana, é exatamente isso, é exatamente assim como me sinto e eu não estou na ''segunda chance'' e sim, terceira, parece que quanto mais eu erro mais eu tenho a aprender, e isso está me deixando louca!


    Fico feliz que você tenha gostado, de verdade, eu o escrevi num momento turbulento, e as palavras simplesmente sairam, não acredito que tenha ficado bom... mas eu precisava mostrar o que estava sentindo.

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  3. Apesar de eu ter me apaixonado cedo demais, lembro das dores demasiadas que ela causou em mim, mas seu texto, querida, me fez lembrar daquela época de amargura. Este texto seu, me deixou com um gostinho de rivalidade, mas sou uma pessoa boa, não tenho raiva de ninguém, e admiro isso em mim.

    Mas, esta minha dor passada, que ainda está presente, colidiu com o teu texto, mas não vou ficar com raiva dela. E acredito em tudo que tu disseres J., pois desde então, desde quando aconteceu - o que chamamos de paixão - a vergonha estampou o meu corpo.

    Teu texto está ótimo, que nem palavras são inigualáveis para tua escrita. Parabéns. Quase me fez chorar. I like this, but i'm strong so much. Como você diz: "Obliviate em tudo o que eu disser."

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  4. Ah, Pedro, como um amigo me disse "Não há idade para se apaixonar", apesar de eu ter ficado um tanto relutante quanto a isso, acho que ele está certo.
    E obrigada mais uma vez, adoro quando você vem expor sua opinião sobre meus textos.

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  5. Dói ficar preso a sentimentos passados, lembranças tão presentes e cortantes...

    Beijos

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  6. Dói mesmo Manuella, mas às vezes é quase impossível esquecê-los quando estão tão presentes.

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  7. Eu não disse, mas li e foi um daqueles textos que a gente lê e diz: É exatamente isso!
    Li novamente e continua sendo.
    Pra me despedir: lindo.

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  8. Belo Texto J.C!
    "Sempre que a dor me faz uma visita, as palavras voam em meus pensamentos, e de alguma forma isso faz com que a dor se desvaneça um pouco."
    Trecho que certas pessoas que escrevem para aliviar a dor, assim como eu.
    Parabéns!

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