maio 15, 2011

Não há nada com o que se impressionar

Um dia o gelo sempre derrete. Por mais que tentemos esconder um cordeirinho na pele de um lobo selvagem, mais cedo ou mais tarde esse cordeirinho irá aparecer.

E lá estava ela, sentada em canto com os braços encolhidos em seus joelhos tentando se esconder dela mesma. Estava tão relutante que seus lábios amargos e tão insaciáveis por palavras não conseguiam se mexer depois de tanta humilhação. Seus olhos derramavam lúgubres e ácidas lágrimas e com elas vieram os soluços para completar a sua falta de esperança. O que poderia fazer? Levantar e continuar com a sua capa invisível ou ser ela mesma e carregar este fardo pelo resto de sua vida?
Ela apenas continuou parada. Volta e meia colocava a mão no rosto para ver se ela e seu lamentos eram reais, se suas lágrimas eram reais e se sua vida era real, mas infelizmente eram.
É fácil ser você mesmo? É fácil ser frágil demais, duro demais, insensível, sensível, amargo, doce, agridoce? 
Idealizamos quem queremos ser, mas nem sempre podemos ser o que planejamos. E, às vezes é mais fácil ser alguém do que ser nós mesmos.

4 comentários:

  1. Condiz com a realidade, parabens.

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  2. Muito bem estruturado, belas palavras.

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  3. Incrível o fato de que você realmente conseguiu descrever esse desespero de quando a gente se dá conta da vida.
    Muito bom.

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